Este post foi revisado em dezembro de 2025
No post de hoje, você vai aprender como o ato de contar histórias pode transformar a sua produção de conteúdo. E já te adianto: isso é muito mais simples do que você imagina.
A humanidade cresce e floresce através das histórias. Todos nós, em algum momento da vida, já nos apaixonamos por uma narrativa específica — seja em um filme, um livro, uma série ou até mesmo nas novelas.
Contar histórias é um recurso tão útil e poderoso que foi rebatizado pela galera da publicidade e marketing como Storytelling. Ou seja: a arte de narrar fatos de maneira a chamar a atenção e ficar guardado na memória da sua audiência.
As histórias despertam nossa emoção
As histórias têm diversas funções na evolução humana. Elas funcionam tão bem porque despertam nossa emoção, e a ciência já demonstra que nossas decisões são muito mais emocionais do que racionais.
Segundo o ganhador do prêmio Nobel Daniel Kahneman, em seu livro “Rápido e Devagar: Duas formas de pensar”, nossas decisões são baseadas majoritariamente pelas emoções.
Eu, particularmente, acredito nessa premissa. Já me percebi comprando produtos ou serviços apenas por me conectar com a história contada durante um lançamento. Ao mesmo tempo, já parei de consumir conteúdos quando as histórias demonstravam valores e princípios diferentes dos meus.
Todos nós fazemos isso, consciente ou inconscientemente. Isso demonstra o poder que uma narrativa tem na sua comunicação quando bem utilizada.
A história é um recurso democrático
Contar histórias é algo que todos nós sabemos fazer. Alguns de maneira mais estruturada e técnica, outros de forma mais simples e intuitiva. Independente do seu estágio atual, não se preocupe: mais à frente vou trazer uma estrutura famosa que vai te ajudar a aprimorar sua técnica.
Tenha em mente que você não precisa ser um grande escritor. Todos nós temos essa capacidade intrínseca: quando estamos numa roda de amigos contando uma situação inusitada, estamos praticando o storytelling.
Por que usar Storytelling na produção de conteúdo?
Existem diversos benefícios, mas o principal é a conexão.
Contar histórias auxilia na identificação entre você, sua empresa e sua audiência. As grandes marcas já entenderam isso há muito tempo. Um exemplo clássico são as propagandas de Natal da Bauducco ou do Itaú (deixarei os links no final do post).
Quando o ser humano se conecta com valores, princípios e experiências, é muito mais fácil que ele se lembre daquela marca na hora da compra.
Para despertar essa conexão, inclua na sua produção de conteúdo:
- Fatos sobre você e como seu negócio surgiu;
- Desafios que você enfrentou e superou;
- Sonhos e objetivos que você tem.
Isso traz aproximação, humanidade e aumenta seu engajamento.
“Preciso expor minha vida pessoal?”
Essa é uma dúvida muito comum. E a resposta é: Não. Você não é obrigada(o) a expor sua intimidade para vender.
É natural que uma história pessoal gere mais conexão do que uma fictícia, mas isso não é regra absoluta. Tudo depende da sua Persona.
Existe uma grande diferença entre privacidade e intimidade. É possível contar fatos da vida pessoal (ex: “como decidi empreender”) sem entrar em detalhes que firam sua intimidade ou exponham sua família.
Mas, caso falar de si mesma esteja fora de cogitação, utilize o recurso do Banco de Histórias: colete parábolas, notícias, ou estudos de caso de clientes que reforcem o ponto de vista que você defende.
Como contar histórias em cada rede social
Hoje, o usuário é “multicanal”. Veja como adaptar a narrativa para cada lugar:
- Instagram e TikTok: Em formatos como Reels, Stories e TikTok, as histórias funcionam bem quando divididas em partes, utilizando o gatilho da curiosidade (“Parte 2 nos comentários”). Carrosséis também são ótimos para contar o passo a passo de uma superação.
- YouTube: Aqui o céu é o limite. É possível criar séries, documentários sobre sua jornada, entrevistas profundas e vlogs.
- X (antigo Twitter) e Threads: Essas redes favorecem as Threads (fios), que são vários textos curtos conectados narrando uma situação. O humorista Paulo Vieira é mestre nisso — vale conferir.
- LinkedIn: Foque em histórias com viés corporativo. Lições aprendidas em um projeto, desafios de liderança ou superação profissional.
- Blog: O formato ideal para aprofundar a narrativa e conectar a história técnica com a venda, exatamente como estamos fazendo aqui.
Atenção: Cuidado com a “viralização vazia”. Histórias divertidas viralizam, mas se não tiverem conexão com seu produto, atraem um público que não compra. O storytelling deve ser intencional.
A Estrutura Clássica: A Jornada do Herói
Existem várias fórmulas, mas a mais famosa é a Jornada do Herói de Joseph Campbell. Ele afirma que as grandes histórias da humanidade seguem uma estrutura padrão (o monomito).
Vou resumir as 12 etapas de forma didática para você aplicar nos seus posts:
- Mundo Comum: A vida cotidiana do personagem antes de tudo mudar. Onde ele estava antes do problema?
- Chamado à Aventura: O momento em que surge um desafio ou uma oportunidade nova que causa receio.
- Recusa ao Chamado: O medo bate. “E se eu não conseguir?”, “E se der errado?”. O herói hesita.
- Encontro com o Mentor: Alguém (ou algo) aparece para dar clareza. Pode ser um professor, um livro, ou no seu caso, o seu produto/serviço que age como mentor do cliente.
- Travessia do Primeiro Limiar: O herói decide agir. Ele sai da zona de conforto e vai em busca do objetivo. Lembrando: a jornada pode ser psicológica (como vencer a timidez), não necessariamente física.
- Testes, Aliados e Inimigos: Os desafios começam a aparecer no caminho. Quem ajudou? O que atrapalhou?
- Aproximação da Caverna Oculta: Aquele momento de dúvida cruel antes do desafio final. O estudante de medicina pensando em desistir dias antes da prova.
- Provação Suprema: O clímax. O enfrentamento do maior medo ou inimigo. É o tudo ou nada.
- Recompensa: A vitória! A aprovação no vestibular, a conquista do primeiro cliente, a superação da doença.
- Caminho de Volta: O herói retorna à rotina, mas agora ele está diferente.
- Ressurreição: Uma última provação ou reflexão que prova que ele realmente mudou e aprendeu a lição.
- Retorno com o Elixir: O herói volta ao mundo comum com um conhecimento novo (o elixir) para compartilhar com os outros.
Para entender isso visualmente, recomendo muito que assista ao TED de Matthew Winkler (dá para ativar a legenda em português).
Conclusão
Esse é um assunto inesgotável. Existem centenas de maneiras de utilizar as histórias de maneira eficaz na produção de conteúdo, mas começar pelo básico bem feito já te coloca à frente da maioria.
Se você gostou desse assunto e quer ver mais exemplos práticos de storytelling, comente aqui embaixo. Sua opinião é essencial para eu trazer conteúdos que realmente ajudem no seu negócio.
Até o próximo post!
Com carinho, Juliana Ambrosio.
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